quarta-feira, 4 de maio de 2022

Ritual de fogueira doce - PAULA ÉRICA

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Minha poesia queima...

Entre tantas fogueiras,
trafego nos braços
das minhas bruxas mulheres
renasço, queimo, viro cinza,
amanheço ensolarada...

Quiseram-me pó, virei luz,
fagulha ardente, lampejo de noite.
Traduzo minha dor em cântico,
não caio à toa não.

Me rasga mortalho todo dia,
singro na beira de mar,
sangro meu orvalho pulsante
e faço da dor uma prece.

Quem insistirá em queimar o que é chama viva?

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

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