sexta-feira, 4 de março de 2022

A rapariga que colhia azedas - ANA MARTA

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Era assaltada pela recordação,
Num misto de saudade
De nostalgia e purificação
Dos dias de inocente liberdade
Quando ia à escola de manhã
Aprender a ler e a escrever
Na companhia de sua irmã
E desenhava para se entreter
E, de tarde, passava os seus dias
Deambulando pelas planícies amarelas,
Em doces e rocambolescas fantasias,
Em desafios e aventuras singelas
Criando histórias, inventando romances
Com princesas, príncipes e dragões
Declamando, em fantásticas performances
As mais inusitadas e felizes situações
Em todas estas tardes havia algo comum
Descansava e intervalava a imaginação
Colhendo azedas para enganar o jejum
Chupando-as para prolongar a encenação
Ah, nostálgicos dias idos!
Tantas recordações maravilhosas
Os cheiros que apuram os sentidos
E regressar a essas tardes saudosas
A rapariga que colhia azedas
Recorda esses deliciosos momentos
Onde todas as existentes veredas
Estimulavam os seus grandes talentos

EM - ECOS PORTUGAL - COLECTÂNEA - IN-FINITA 

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