LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO POR IN-FINITA
Agosto de ventos e mar revolto
Na taça, vinho de barrica de Carvalho
As vozes na vitrola arrepiam - som ancestral
Espero logo esquecer as desilusões
Vendaval anuncia, a chuva não cairá
Peço ao vento para me levar para longe
Como leva as hastes do dente-de-leão
Escrevo em folhas soltas
Queimo-as, entrego ao vento, balanço e movimento me encantam
Mágoas alçam voos longínquos
Redemoinho deixa tudo bagunçado
Poeira de mim se faz poesia
Sou de ar, nada me segura
Guardo segredos de uma mente inquieta
Escrevo histórias, percebo o assobio
Vem da fresta da janela e me faz observar
Minha fome não cabe em mim
Desloco-me em zig zag
Tristes ilusões, dispersão
Chego à ferida, alívio
Por tempos não fui ninguém, nem rosto tinha
Assim como o dente-de-leão germino em novos campos
As surpresas boas da vida chegam
Em tardes de céu alaranjado no sussurro do vento.
MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL (POESIA) - COLECTÃNEA - IN-FINITA
Sem comentários:
Enviar um comentário