sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Ode à criação da noite III - ALVARO GIESTA

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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III

Pelas frestas do silêncio a emoldurar as arestas
das desconjuntadas portas das desabrigadas casas,
entravam braçadas de luz
respirando o puro ar da muita manhã orvalhada;

o frio metálico da solidão estreitava-se
no abraço do poeta, enquanto a inquieta mão,
gota a gota,
erguia o poema como se fosse a casa para viver.

E eu e o homem com cabeça de vento
adormecíamos na terra do país das águas
plantada neste círculo achatado nos polos,
sem nos apercebermos,
         – como as outras apagadas criaturas –
que hoje era o primeiro dia da criação da noite.

EM - O SERENO FLUIR DAS COISAS - ALVARO GIESTA - IN-FINITA

4 comentários:

  1. O poema sugere uma certa dúvida. Não sei se o homem estava perplexo com o surgir da noite, se maravilhado , dando azo a escrever um poema. No entanto , insiste em escrever.

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