LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO PELA IN-FINITA
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desnorteado,
andas putridamente perdido no vento,
sorvido
no turbilhão do correr do tempo,
és as
mãos nos bolsos do sol abrasivo, abrasador, indubitável na morte que caminha na
berma da estrada
que
ninguém vê...
foi lá
que te encontrei,
falavas
de coisa nenhuma com os olhos,
ouviam-te
dezenas de sombras a encolherem ao sol,
prometias
paraísos invisíveis,
com
riqueza de suspiros,
lúcidas
noções de felicidade,
mar,
amar por
cima de todos os ódios...
até
anoitecer foste rei no meio do clero da ignorância,
e quando
a noite veio,
subimos
ao monte arredondado da dúvida,
e por lá
ficamos ainda,
à espera
que a espera nos leve para o mundo
das
coisas reais...
EM - ABRIR OS OLHOS ATÉ AO BRANCO - MIGUEL CURADO - IN-FINITA
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