Desconstrução - GISELE SN

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Hoje, presenciei um duelo
Mais de ideias que de pessoas.
Nele, percebi que, de fato,
Até no inferno habita seres
Com intenções quase sempre
“Tão boas”.
“– Diz-me, jovem rapaz,
O que preferes:
Azul ou rosinha?”
“– Azulinha”, respondeu.”
“– Com ou sem melanina?”,
Perguntou-lhe um homem de meia-idade.
“– Com autoestima”, replicou o jovem.
“– Devassidão ou castidade?”
“– Lealdade”
“– Intimidade espontânea ou forçada?”
“– Com consentimento”.
“– Mas por que desejas permissão dela
Se o mundo te considera superior
E sempre te dirá ‘sim’?”
“– Primeiro: porque com sentimento
Imprimo marcas no coração e
um deleite sem fim;”
“Segundo: porque faço do
Corpo e da alma de minha amada
O meu lar.”
Se ela me disser “sim”,
Serei, no mundo,
O homem mais feliz.
E se dela ouvir um “não”,
é não.

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS II - ANTOLOGIA - IN-FINITA