Ao cair da noite, no declive que leva
a Estrada do Zixaxa ao Largo do Xipamanine,
o ar empregna-se do cheiro enjoativo
ao o'canhe que fermenta nas latas, sem que
a teimosia do cachimbo friorento o dissipe.
Virão as bebedeiras, cantigas, imprecações,
a ocasional briga, sem consequências que o sono
não cure. A humidade empresta um brilho
ao asfalto precário, onde as estrelas
do sul insistem cintilar. Cumpridor,
Ernesto acabou o jantar dos patrões
(sopa de legumes, peixe-serra frito
com arroz de tomate) e desce a escada
rumo ao seu refúgio, Aí irá fumar
a seruma do esquecimento. Ao cair da noite.
EM -
O MONHÉ DAS COBRAS -
RUI KNOPFLI -
CAMINHO
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