domingo, 22 de junho de 2025

Declaração (excerto 4) - Davi Santos

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Quando percebi o tempo, já era alvorecer.
Faltava pouco para amanhecer.
Noite toda sem dormir, nem deu para perceber.
Sol pela janela, a flor do dia,
agora ia adormecer com o cantos dos pássaros.
Eu fixando no papel letras sobre nós.
Vi um valor colossal no que sentíamos,
pedras preciosas ou algo do tipo cobre.

Meu corpo estava pesado e sonolento.
Já previ um dia cansativo e ronceiro.
Meus deveres tinham que ser feitos.
Mesmo com isso foi um dos dias mais perfeitos.

Sua imagem na minha mente ia se transpassando.
Só com legendas amorosas demonstrando.
Não pensava em ti mas a partir daquela noite,
fui começando.
Comecei a entender o que estava se passando.

Passastes a fazer parte do meu cotidiano.
Dando brilho ao meu sentimento igual à luz do dia.
Tonando cada vez mais quente o meu coração
igual sol ao meio-dia.

Fiz várias edições românticas,
daí descobri outra competência.
Mesmo dando trabalho por ti, tive paciência.
Sempre com a minha resiliência.

EM - MISTÉRIO AMOROSO - DAVI SANTOS - IN-FINITA

Avesso - António Soares Ferreira

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Não te fies no meu sorriso
Nem sequer no meu ar simpático
É que tenho pouco juízo
E nem sou nada prático.

Sou complicado em demasia
Fervo rápido em pouca água
Porque apesar deste ar de cortesia
Temo causar-te alguma mágoa.

Sou aquilo a que chamam um falso calmo
Dizem alguns que as aparências iludem
E até com uma certa dose de razão
Mas muitas vezes nem sequer a entendem.

Não te fies no meu sorriso
Acredita antes no meu mau humor
Porque sei que o sou de verdade…
Com toda a verdade, um ser feito de amor.

EM - NUM MAR DE PALAVRAS - ANTÓNIO SOARES FERREIRA - IN-FINITA

Quando a fúria me invade - Celso Cordeiro

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Se há coisa que me deixa eriçado
é sentir que estou a ser enganado
e a mentira me vendem como verdade,

ficam-me hirtos todos os pelos
dos braços, da barba e até os cabelos
pela desfaçatez de tanta maldade,

fico com ar de louco esgazeado
pelo esforço inútil e desmesurado
para controlar a fúria que me invade,

até os olhos ficam arregalados
enquanto os mentirosos descarados
não se decidem falar a verdade.

EM - NO CAMINHO DO VERSO - CELSO CORDEIRO - IN-FINITA

sábado, 21 de junho de 2025

Descobrir em cada pessoa, a poesia - Ivo Álvares Furtado

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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É preciso estar atento
e observar a cada momento,
o desabrochar da poesia,
em cada pessoa,
no adequado tempo.

EM - A SEMENTE VERDE DA ESPERANÇA - IVO ÁLVARES FURTADO - IN-FINITA

Posfácio 1580 - João Pela

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Nobre estudante com ânsia do saber,
Ama arruaça e suas conquistas,
Enfrenta amantes e estoquistas,
Coração grande, tudo a ganhar ou perder.

Mestre no verbo enaltece o amor,
Força da espada fez dele soldado,
Conheceu cárcere e foi desterrado,
Inveja não perdoa paixão nem valor.

Sobreveio ambição do Cardeal,
À insensatez de Sebastião,
Trágica história que acabou mal.

Ainda teu esquife não foi à terra,
Sofre e periga a amada Pátria,
Filipe invade e toma sem guerra.

EM - COUSA AMADA 2 - COLETÂNEA - IN-FINITA

Caminho - Fernando Vasconcelos

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Esse caminho que eu trilhei
Sobre uma vaga exaltada
Que me fez naufragar!
Deu-me a força para vida
Para poder voltar a andar...
Sobre finas e ruivas areias
Moldadas pelo forte vento
Vou suplantado tropeços
Calcorreando diligente
Sobre terra, à beira mar...
A crença já dança comigo
Sem a máscara dos espasmos
Psicadélicos desventurados
Vestindo agora a preceito
Um fato virtuoso...

EM - VERSOS E DESABAFOS - FERNANDO VASCONCELOS - IN-FINITA

sexta-feira, 20 de junho de 2025

Eu - Desafinador de palavras

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Tento ser…
Tento ser aquilo que não sou
Nunca fui, nem nunca serei

Tento dar…
Tento dar aquilo que não tenho
Nunca tive, nem nunca terei

Tento fazer…
Tento fazer aquilo que não sei fazer
Nunca fiz, nem nunca irei aprender a fazer

Enfim… sou eu sempre a tentar
A tentar fazer algo por mim
A tentar fazer algo por ti
Sem ser…
Sem ter…
Sem saber…
Sem nada…

EM - PAIXÃO - FRANCISCO MCM FAUSTINO (DESAFINADOR DE PALAVRAS) - IN-FINITA

quinta-feira, 19 de junho de 2025

7 - Elizabete Dente

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Nasci nas terras altas entre os montes 
No meio das searas e das serras 
No despertar da madrugada luminosa 
Longe dos ódios e das guerras 
Atravessei o mundo nos meus sonhos 
Guardei na palma da mão cada viagem 
Naveguei no meu barco de esperanças 
Mergulhei para lá da outra margem 
Dei voltas e mais voltas sem saber 
Quem era eu ou quem deixava de ser 
Revoltei-me chorei amargamente 
Em pouco encontrei o meu prazer 
Despi-me de impurezas e queixumes 
Das culpas de martírios e tristezas 
Cobri-me de luz e de alvura 
Despi o coração de incertezas 
Segui pelo caminho do perdão 
Guiei-me pela luz em esplendor 
Deixei o inferno dos meus dias 
Agradeci a Deus o Seu amor 
Agora sigo airosa esta estrada 
E corro livre solta apaixonada 
Ainda que a noite desça em tormenta 
Sei que haverá sempre uma alvorada

EM - 60 ANOS, 60 POEMAS - ELIZABETE DENTE - IN-FINITA

Refaça a rota! - Elizabete Nascimento

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Pensem nos pobres,
velhos abandonados,
mudos, astênicos.
Pensem nos anciãos,
sós, sem sol, repelidos.
Pensem em humanos
robôs na multidão,
rotas alteradas.
Pensem no isolamento
como exílio, banimento.
Mas oh!
Não se esqueçam da quarentena,
de quem chorou,
de quem lutou,
de quem ajoelhou,
de quem partiu...
Oh! Quem ficar, lembrem-se!
Do extermínio em massa,
do terrível sofrimento do estar longe,
de quem sempre estará perto.

EM - IMPÉRIO - ELIZABETE NASCIMENTO - IN-FINITA

quarta-feira, 18 de junho de 2025

Freia - Adélio Amaro

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Tua felina carruagem, dia trágico,
Vestiu-te de runas. Festim outonal
Fez-me ferreiro no belo bosque formal.
Nele fundi a chama para o teu colar mágico.

Desejei combater no manto dos guerreiros,
Embrulhado nas sardas de aroma a jacinto.
Fugiste de Asgard no teu javali faminto…
Valquírias arquearam nove feiticeiros…

Não esqueço a tua aura brilhante e malfeitora,
A tua luxúria no lençol infernal
E a luta, sem anão ver, para te abraçar.

Deixa... Sai de mim excitada sedutora.
Deixa-me na melodia irracional,
Faz-me o trovador do infinito ao luar.

EM - DIVA MITOLÓGICA 73 SONETOS - ADÉLIO AMARO - IN-FINITA 

terça-feira, 17 de junho de 2025

Declaração (excerto 3) - Davi Santos

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Foi a declaração do ano.
Muito profano.
Lembro bem a data e o ano.
Foi pura felicidade, nada que causa dano.

Os dias passaram a ser declarativas.
Todos os órgãos do corpo ficaram mais ativos.
Na vida de um e do outro, passamos a ser participativos.
Ser feliz ou triste é sinal que estamos vivos.

Ambos em sorrisos de celebração.
Pois aquela menina fez acelerar meu coração.
E eu que ainda passei a ter nela segunda intenção.
Já pensando o que daria a nossa junção.
Nos meus pensamentos, tornaste tentação.
Vivendo um romance, drama e ação.
O bom é tudo ser real, nessa geração.

Não sei se estava muito apressado.
Fiquei sem saber o que fazer.
Sem o que lhe dizer.
No momento sentir o que estava a efetuar-se.
UAU! Tão bom que só deixei realizar-se.

Cada vez mais, me aponderando.
Nem percebia que o tempo estava passando.
E eu, me aprofundando.
O melhor de nós estávamos demonstrando.

EM - MISTÉRIO AMOROSO - DAVI SANTOS - IN-FINITA

Deste livro - António Soares Ferreira

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Mais um capítulo vou escrever
Deste livro da vida em pecado
Carregando a cruz do meu calvário
Vendo o amor de mim erradicado.

Amor que passou por mim a correr
Durando somente trinta e três anos
E por amor fui na cruz morrer
Julgado e crucificado por homens insanos.

Dois mil anos se passaram
E afinal o amor não morreu
As sementes lançadas perduraram
E a voz de Deus venceu.

Não sei se será bem assim
E se existirá a terra prometida
Mas sei que todos temos o nosso calvário
Deste livro que é a vida.

EM - NUM MAR DE PALAVRAS - ANTÓNIO SOARES FERREIRA - IN-FINITA

Profetas de falsas verdades - Celso Cordeiro

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Há quem se desfaça em sorrisos
e vista a arrogância de humildade
com a mais absoluta desfaçatez
do seu cinismo bem disfarçado,
e quase pareça ter solidariedade
com os males da humanidade.

Há os que se dizem ateus
mas seguem com fé o Alcorão,
outros dizem-se muçulmanos
com a Bíblia sempre à mão,
outros hão que sendo agnósticos
professam qualquer religião.

Há os que se dizem de esquerda
mas aproveitam-se da especulação
ou já se perderam na corrupção,
neste país de justiça adiada
para quem rouba à descarada
servindo o interesse da Nação.
Fico eriçado quando os oiço,
quase em estado de explosão!
Mas há sempre quem os tolere
e lhes perdoe todas as trapaças
até com alguma compreensão.
- São políticos, pois então!

São bem poucas as excepções
no meio de tantos charlatões.

EM - NO CAMINHO DO VERSO - CELSO CORDEIRO - IN-FINITA

segunda-feira, 16 de junho de 2025

A Poesia - Ivo Álvares Furtado

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A poesia é um dom,
com o qual se nasce,
sem saber;
é uma aptidão inata,
que carece ser desenvolvida,
visando uma adequada escrita.
Sem prejuízo da liberdade,
que deve ser sempre mantida,
incentivada, acarinhada
e promovida.
A poesia é também,
uma forma de expressão artística;
um aprender para crescer,
e ir mais além,
na forma de escrever,
de representar, declamar,
ou qualquer outra,
até ao momento,
não contemplada,
ou ainda não vista.

EM - A SEMENTE VERDE DA ESPERANÇA - IVO ÁLVARES FURTADO - IN-FINITA

Poeta lírico - Joel Balsinha

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Escreveu a obra d’ Os Lusíadas
com uma seleção de palavras criadas
Reunida uma coletânea de Rimas
alimentou poesias poderosíssimas

Efetuou obras de teatro cómico
Combateu ao lado das forças
portuguesas em escaramuças
como que um militar dinâmico

Perdeu um olho em batalha
no continente africano
onde não existe um pelicano
durante o seu serviço à coroa

Passou por dificuldades
sem ter feito cavalo de batalha
onde viveu certas adversidades
sem possuir uma cara ou coroa

EM - COUSA AMADA 2 - COLETÂNEA - IN-FINITA

Em procura - Fernando Vasconcelos

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Já vislumbro no horizonte,
Uma estrela errante,
Desesperada, em procura
De novos horizontes...
Viajando por todo globo,
Estimulando os mais céticos,
Planando por cima
De serras e vales,
Convencendo-os
A almejar sucesso!
Iluminando os perdidos,
Elevando-lhes a autoestima,
Para que não tropecem
Pelo caminho, em procura
De um novo amanhecer,
Redobrado de otimismo,
Muito mais estimulante

EM - VERSOS E DESABAFOS - FERNANDO VASCONCELOS - IN-FINITA

domingo, 15 de junho de 2025

Desarrumar - Desafinador de palavras

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Arrumei gavetas cheias e desarrumadas
Arrumei armários que nunca foram arrumados
Arrumei caixas, caixinhas e caixetas
Encaixotei objetos que nunca foram encaixotados.
Meti tudo à esquadria
Fiz paralelas com objetos, quadros, tapeçarias
Tudo com os distanciamentos repartidos
Apenas ouvi o meu fetiche de arrumar tudo
Nos seus lugares perfeitamente devidos.
Organizei tudo por ordem crescente e decrescente
Encaixei Matrioskas da vida anafadas
Exigi às outras pessoas, apenas metade do que exigi de mim
Para não pensarem que estavam a ser maltratadas.
No final do dia, ou talvez da vida, percebi
Que só me tornei verdadeiramente feliz
Quando aprendi a desarrumar
Gavetas, armários, caixas, caixinhas e caixetas
Retirei tudo do seu devido lugar.
Só me tornei realmente feliz
Quando consegui desarrumar a minha vida
Quando perdi o fetiche da perfeição
Só me tornei realmente feliz
Quando aprendi
A arte… da desarrumação.

EM - PAIXÃO - FRANCISCO MCM FAUSTINO (DESAFINADOR DE PALAVRAS) - IN-FINITA

sábado, 14 de junho de 2025

5 - Elizabete Dente

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Sentada nesse recanto por onde passa a primavera 
Trazes no canto o teu pranto 
Trazes no peito quimera 

Trazes noites ternurentas nas janelas do olhar 
E os teus medos e segredos 
Na força do teu andar 

Tantas flores e tantos cardos nos campos do teu sentir 
Espalhados no caminho 
Do futuro que há de vir 

Mas serás sempre presente em cada hora que passa 
Nos invernos mais chuvosos 
Nos dias cheios de graça

EM - 60 ANOS, 60 POEMAS - ELIZABETE DENTE - IN-FINITA

Remende-se com agilidade! - Elizabete Nascimento

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Soou vazio
o caminho sem rumo
da geografia sem ponto,
sem lume,
sem prumo.
Contos de existências
achincalham as linhas e a biografia.
Ecopontos!
Nadas e vazios
fertilizam vivências e reexistências.
Resíduos d’alma
d’uma lua insensata
que arrisca com a espada na mão.
Bravura de São Jorge.
     Corta o vento,
     o medo,
     o tempo,
     a melancolia,
     a covardia,
     a agonia.
     Inscreve-se!
     Ascende a luz.
     Rabisca em si a cartografia da própria escuridão.

EM - IMPÉRIO - ELIZABETE NASCIMENTO - IN-FINITA

sexta-feira, 13 de junho de 2025

Fortuna - Adélio Amaro

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Na roda que me tece o abismo, encontro a sorte
Torcida, portada na cornucópia nua.
Esta Fortuna cega, sem que o timão anua,
Aporta, vela-me num sudário de morte.

Mas tu, deitada na concha, esfera despida,
Deixaste-me preado, só, ao ermo leme,
Na folha de luz que me guia e nada teme,
No naco que inuma a minha vida perdida.

Não me importa Júpiter, teu pai. Imploro-te
A presença. Não anseio ódio ou perversão.
Angustia-me a tua ausência, neste mar

Desnudo, embebido na espuma. Quero-te
Nas faldas do meu acaso. Segura-me a mão,
Neste chão amarrotado, ímpio por te amar.

EM - DIVA MITOLÓGICA 73 SONETOS - ADÉLIO AMARO - IN-FINITA 

quinta-feira, 12 de junho de 2025

Declaração (excerto 2) - Davi Santos

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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No início pelo que disseste.
Digo coração de manteiga pelo que fizeste.
No romance posso concluir que sou mestre.
Farei o possível para sua felicidade nesse espaço terrestre.

Dessa vez, mesmo envergonhada fez uma revelação.
Errado! Estava entusiasmado, foi mesmo uma declaração.
Falando que sempre vou estar no seu coração.
Texto tão lindo, pensei em homenagear-te em uma canção.

Em poucas linhas vi muito sentimento envolvido.
Palavras de amor, convertidas em algo divertido.
Até dava para ser racionado.
Pela primeira vez D. Santos estava completamente apaixonado.

Me fizeste ver talento em mim.
Se vermelho for a cor do amor.
Minha vida está em tom carmesim.
E eu que sempre gostei de algo brim.

Escrevi tanto para você, aquilo que a ninguém apontei.
Apenas começou agora, a ninguém falei.
Afinal a tua frase, já completei.
Nós juntos, no presente já registei.

EM - MISTÉRIO AMOROSO - DAVI SANTOS - IN-FINITA

Livro meu - António Soares Ferreira

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Livro fechado
Livro aberto
Livro adorado
Livro descoberto.

És tu meu livro
A minha fonte
E de ti não me privo
Pois subirei qualquer monte.

Só para a ti chegar
Livro meu muito amado
E ver em ti gerar
Cada verso inventado.

És a luz do meu caminho
Aquele que me indica o rumo
Que me afasta de qualquer espinho
E em ti eu me consumo.

EM - NUM MAR DE PALAVRAS - ANTÓNIO SOARES FERREIRA - IN-FINITA

Paz podre que corrói - Celso Cordeiro

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Nesse areal deserto imenso
onde já apenas restam os dois
há o mais pleno silêncio, intenso,
um silêncio que dói, vivido a dois.

Dirá quem os veja, distante,
que estão apenas a repousar,
sem perceber quanto é exasperante
o silêncio que os faz distanciar.

Imensa e bela a dimensão do areal
como de ambos é imensa a distância,
mas enquanto uma é bela e real
outra é só ilusão em abundância.

Este silêncio que os separa
é mero fruto da sua inconstância,
num pára-arranca e arranca-para,
vivendo distantes com elegância.

Nesta paz podre que corrói,
vivem estes e muitos mais,
neste diálogo mudo que destrói
a vida vazia de tantos casais.

EM - NO CAMINHO DO VERSO - CELSO CORDEIRO - IN-FINITA

quarta-feira, 11 de junho de 2025

As cores dos meus tinteiros (excerto) - Ivo Álvares Furtado

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Saber usar as cores, na escrita,
considero ser, para mim, um privilégio;
pois o que por detrás delas fica,
é sempre um verdadeiro mistério,
quanto ao que vai na alma do poeta/artista.

A caneta do poeta, enquanto escritor,
é igualmente um fator,
determinante na afirmação,
da sua forma de expressão,
sendo deste modo, também, a sua conquista.

Tenho tinteiros de quatro cores,
que uso, segundo critérios,
a que sendo poeta, atribuo significado;
e cada ato, fica assinalado,
conforme o sentimento afirmado,
por cada uma dessas quatro cores.

Assim, desde logo o preto,
a cor mais utilizada,
fica linda, um espanto,
pois que em folha branca,
contrastada,
representa a transparência,
desejada,
nas ações do poeta,
enquanto cidadão,
com total independência,
em qualquer intervenção.

EM - A SEMENTE VERDE DA ESPERANÇA - IVO ÁLVARES FURTADO - IN-FINITA

À Luz de Camões - Lara Fernandes (Larita Caramela)

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Ó alma que canta os mares revoltos,
Ecoa em ti o destino e a dor,
Luís, o mestre de versos e portos,
Foste a chama, o grito, o esplendor.

Os teus Lusíadas desvendam caminhos,
Entre caravelas e céus por rasgar,
E a tua pena, qual estrela em destinos,
Faz do verbo, o mastro a içar.

Por onde andaste, poeta errante,
Lá deixaste a sombra de um amor ferido,
Perdeste o olho, mas nunca o semblante,
Que enxergava o mundo num sonho vivido.

Ó Camões, de coragem infinita,
O teu fado é de todos, a tua voz é do mar,
No peito guardamos a lira bendita,
Que o tempo jamais irá silenciar.

Entre o Tejo e o Índico, o teu espírito voa,
E no vento murmura a saudade e o ardor,
Ó mestre, que à pátria a glória entoa,
Foste tu o farol em tormenta e clamor.

Que a tua memória, em prosa e poema,
Seja para sempre o nosso cantar,
Pois o destino, nas linhas do tema,
Fez de ti um eterno navegar.

EM - COUSA AMADA 2 - COLETÂNEA - IN-FINITA