LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO POR IN-FINITA
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Em meio á
Caatinga, interior do Ceará
Castigados pés
calejados dos filhos da seca
Lata na cabeça a
caminho do poço,
viagem sem fim
sob um sol de rachar
Para pegar o que
lhe restam da escassa água
Enquanto no
terreiro, deserto que só!
Mais seco que o
do Saara. Alguns esqueléticos gados perambulam a procura de algo que lhes matem
a fome,
Antes de serem
consumidos por ela.
No interior da
casa pau a pique
Mergulham na
panela alguns grãos de feijões
Em volta do
fogaréu bocas que não acabam mais
De pratos vazios
e barrigas estufadas não de muito comer, mas de criaturas que ainda lhes comem o
pouco consumido dias atrás, aguardam quem sabe a única refeição do dia
Só Deus sabe a
próxima.
Na face
enrugada da matriarca, marcas dos sofrimentos,
das queimaduras
do escaldante sol do nordeste.
Mais ausente que
água que quase nunca cai do céu
Por ali nada de
ajuda humanitária.
Esquecidos num
mundo só deles.
Restam-lhes
O deserto,
alguns grãos de feijões na lata, um restante de vida sem perspectiva do futuro.
E o que é o
futuro? Não sabem!
Pois estudo por
ali nunca passou, nem se ouviu falar!
EM - ECOS DO NORDESTE - ANTOLOGIA - IN-FINITA
Obrigada mais uma vez pela divulgação e participação. Até as próximas!
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